A História de uma Voluntária

segunda-feira, dezembro 01, 2014



Conheça a história de alguém que visa melhorar a vida dos nossos amiguinhos de quatro patas.

Meu nome é Débora, tenho 22 anos, moro com meus pais em São José dos Pinhais e faço faculdade de Sistemas de Informação. Amante de Elvis Presley, comida (de qualquer tipo, sendo comida tá ótimo) e claro de animais. Meus pais me criaram sempre perto de animais, quando pequena, dormia no berço com um filhote de boxer. Passei muitas férias no sítio da minha vó, sendo assim, rodeada de animais de várias espécies. Fui ensinada a respeitar, cuidar, ajudar e nunca judiar ou mal tratar um ser vivo, exemplo disso: um dia quando fui dormir na casa da amiguinha, os pais dela encontraram uma lesma na cozinha, todos se contorcendo de nojo é claro que acharam essa atitude muito normal, jogaram sal nela, alias para muitas pessoas essa é uma atitude normal. Inocente, ao chegar em casa e encontrar uma lesma fui fazer a mesma coisa que os pais dela, logo meu pai interferiu e falou: Porque machucar um animal que não é uma ameaça para você? Porque mata ele com dor, como jogar sal nela machuca muito, arde e queima ela, você sabia disso? Por capricho do senhor Deus, criou ela assim, quando ela anda deixa seu rastro e tem algumas pessoas que são muito ignorantes para entender isso e acabam machucando ela. Então não precisa matar e nem judiar dela, pois ela só está à procura de comida. Vamos pegar um pedacinho de sacola, pegar ela e vamos coloca-la em um lugar bem úmido e fresquinho para que ela possa sobreviver e achar sua comida. A partir daí aprendi a dar valor em todo e qualquer animal.


Conforme fui crescendo, fui vendo a maldade das pessoas para com os animais, ações tristes e horríveis daqueles que se acham superior na terra, notícias e fatalidades em que vi no meu dia-a-dia me faziam chorar, me magoar, indignar, ter raiva e até passar noites sem dormir pensando naquele animal que jogaram água fervendo, apenas por estar com fome ou querer um carinho. Enfim, tive conhecimento de muitos casos onde eu tinha vontade de simplesmente exterminar o ser humano da terra, o ódio me tomava completamente, pois enquanto eu, com 10 anos de idade, deixava de comer o lanche da escola para dar este lanche para um cachorro de rua, pessoas jogavam veneno simplesmente porque a pessoa não queria mais ele perto de sua casa. Eu não percebia, mas desses sentimentos estava nascendo uma voluntária, ativista da causa animal e protetora.


Eu queria ajudar mais do que alimentar um cachorro na rua, eu queria fazer mais do que orar para Deus zelar por esses animais, então comecei a pesquisar lugares casas, ONGS, abrigos ou pessoas que cuidassem de animais, que fizessem algo de bom para aqueles que sofriam tanto. Bom, encontrei vários lugares, entre ONGS, abrigos e casas, que tinham sob sua responsabilidade mais de 100 cães e gatos resgatados das ruas. Fiquei muito animada por saber que existiam vários lugares assim e muitos também em minha própria cidade. Entrei em contato com um dos abrigos que eu tinha pesquisado e perguntei se eu poderia servir como voluntária, prontamente me disseram que sim. Para resumir, fui até o abrigo, que na verdade era uma casa com um quintal bem amplo e nesse quintal havia nada menos que 86 cães, conforme fui conversando com a Jane, dona do abrigo, ela me explicou a realidade de ser uma protetora. Ela me explicou tudo que eu deveria saber, um abrigo de cães não é aquela maravilha que todos pensam, vou destacar aqui os pontos mais importantes que ela me falou:


1º - Não existe nenhum tipo de ajuda do governo, não adianta pedir, implorar ou levar a justiça, o governo simplesmente não dá nenhum tipo de apoio.

2º - A prefeitura não faz o trabalho dela, não recolhem animais doentes e muito menos atropelados, não fazem castração em todos os animais e não dão auxilio ou ajuda para quem lhe pede. Houve casos em que veículos da própria prefeitura atropelaram cachorros, e a mesma não se manifestou e nem ajudou com nenhum tipo de custo a ONG que recolheu o animal e levou no veterinário. (Este caso foi parar nos jornais e mesmo assim não houve ajuda).

3º - Veterinários não cobram menos por ser um abrigo ou ONG, não pensem que só porque você comanda um abrigo com mil cães que algum veterinário irá lhe fazer um preço acessível para que possa salvar seus cães, muitos deles não estão nem aí.

4º - Faculdades com cursos de veterinário também não ajudam, existem faculdades que aceitam animais domésticos para fazerem exames, cirurgias e consulta em geral para seus alunos já que estão em aprendizado, não pensem que eles deixam de cobrar, ressaltando mais uma vez, nada é de graça. Eles não fornecem nenhum tipo de convenio com abrigos e ONGS de animais.


5º - A maioria das empresas de ração ou pet shop não ajudam com alimentos, empresas de rações não fazem convenio, não abaixam seus valores porque você tem abrigo ou ONG, você paga igual como todo mundo. Pet shop a mesma coisa. Em geral é bem difícil algum destes locais que ajudam, mas não generalizando ainda existem algumas almas boas que reduzem seus preços ou fazem algum tipo de doação, mas isso acontece 1 vez por ano e olha lá.

Estes são apenas algumas das dificuldades que estes lugares passam, sem contar a falta de estrutura, um lugar adequado para alocar tantos animais, a falta de voluntários para ajudar, as contas que nunca acabam, os animais que nunca param de ser abandonados ou maltratados, a dificuldade de serem adotados pois é feito várias feiras de doações de 20 apenas 2 são adotados,os vários “nãos” que recebem quando pedem doações ou ajuda, a falta de rações, medicamentos, materiais de limpeza, etc. Se eu ficar aqui listando todos os problemas, poderei fazer um livro para ser lido até 2016.

Perguntas que me fazem:


Porque ajudo animais tendo tanta gente precisando?

Porque não existe um projeto nacional (Minha Casa, Minha Vida ou Bolsa Família) para animais abandonados, porque não existe Sistema único de Saúde(SUS) para atender animais doentes, espancados ou mutilados, porque não existe um Conselho Tutelar para atender animais que não tem "direitos" por ação ou omissão da sociedade ou Estado e porque não existe aposentadoria para animais que puxam carroça, são tratados como lixo e após anos de trabalho escravo são abandonados.




Porque com todas essas dificuldades você ainda quer entrar nessa?

Então eu lhes respondo: Porque eu sou louca? Também haha, mas principalmente pelo olhar, ah o olhar. Já perceberam o olhar de um animal abandonado ou judiado? É de cortar o coração não é? Agora pense nesse olhar depois dele ter sido resgatado, ter sido medicado e tratado de suas doenças, ter tido uma casa, água, comida e o mais importante amor, esse olhar vale muito mais muito apena. É por isso que existem ONGS, abrigos e pessoas que passam por todas aqueles obstáculos, só pra ter esse olhar. É muito gratificando você salvar vidas e sabem o que você passou e fez por eles por isso eles lhe agradecem pelo resto de suas vidas, a maior alegria deles é ver você chegando em casa e eles fazem a maior bagunça.

Uma vez me contaram a seguinte história: “Prenda sua mulher e seu cão no porta-malas do seu carro e os deixe lá por 5 minutos. Quando você abrir o porta-malas quem estará feliz por ver você, seu cão ou sua mulher?”

Pois é, pois cuidar de animais abandonados e mal tratados, resgata-los, salva-los e lhe dar amor é maravilhoso porque você é recompensado por ele todos os dias, se você fizer estas mesmas coisas com um ser humano é capaz dele lhe apunhalar pelas costas.



Como sou voluntária desde os 15 anos de idade, sei bem as dificuldade que encontramos de tempos em tempos pois para tentar manter o local, é feito bingos beneficentes em prol dos animais do local, bazares com doações de roupas, utensílios, etc. E todo esse valor sendo revertido para pagamento de contas e mesmo assim ainda há a falta de ração, cobertores, remédios, materiais de limpeza, etc. Pensando em tudo isso resolvi fazer a Campanha Cão Natal, onde o objetivo da campanha é exatamente isso, convidar as pessoas a darem um presente de natal para animais que moram em abrigos e ONGS. Doar ração (pois acreditem vão 90 sacos de ração por mês, isso porque eles comem apenas 1 vez por dia), cobertores (no inverno a maior dificuldade é mantê-los aquecido principalmente aqueles que estão doentinhos), remédios (para cães em tratamento as vezes tomam o mesmo remédio que nós, xaropes, novalgina, por exemplo. Mas também precisamos de algodão, luvas descartáveis, álcool, que são considerados remédios para nós), materiais de limpeza (sempre tentamos manter o local limpo, gastamos muita água sanitária, sabão em pó, algumas misturas tudo para que tenham um lugar digno de se morar). Esta doações seriam presentes de natal para estes animais que já sofrem muito e merecem um pouco de conforto. Então liguei para alguns pet shops espalhados pela cidade perguntando se eles poderiam ser pontos de coleta, onde as pessoas poderiam deixar suas doações lá, 5 aceitaram. Após isto, fiz o evento no facebook para divulgar mais com os amigos e conhecidos essa ideia, vários já estão participando, e depois com a ajuda do meu namorado elaboramos um folder falando sobre a campanha e os locais de coleta de doações e distribuímos em alguns estabelecimentos como farmácias, mercados e pet shops. Então tudo que precisei para fazer o evento, algumas ligações, um evento no facebook e um folder para divulgação. Depois que recolhermos todas as doações vamos dividir, ir para algumas ONGS e abrigos e lhes dar de presente. Assim aquele que não podem adotar, podem ajudar de outras formas.


E para finalizar, para vocês que vivem reclamando que não tem dinheiro nem pra vocês mesmo, mas que gostariam de ajudar, segue uma lista de como ajudar abrigos de animais sem gastar dinheiro.


Como ajudar abrigos de animais sem gastar dinheiro?


• Conheça as necessidades do abrigo
Informe-se sobre a rotina do lugar, o tamanho da equipe, o que eles têm e do que precisam. Assim você pode planejar um meio de providenciar o que falta.


• Faça propaganda
Compartilhe a página do abrigo e as fotos dos animais para adoção nas redes sociais; distribua folhetos (de preferência feitos em papel reciclado) em pet shops, clínicas veterinárias e outros locais, de modo que possam chegar a pessoas que gostam de animais; leve seus amigos para conhecer o abrigo pessoalmente e crie mais formas de tornar o local conhecido.


• Transporte os animais
Muitas vezes os animais precisam ser levados ao veterinário, mas o abrigo não tem um transporte adequado para eles e o “táxi-dog” é caro. Você pode se oferecer para levá-los, caso tenha tempo livre.


• Leve os animais para socializar
Um animal com medo de desconhecidos pode fugir ou ser agressivo, ou seja, ter atitudes indesejadas. Brincar com ele e levá-lo para passear são formas de apresentar coisas novas para que ele possa se acostumar e se comportar bem diante de situações pelas quais ele passará no futuro, como a convivência com crianças e outros animais.


• Ajude a coletar doações
De campanhas virtuais a pedidos em fábricas, você pode criar meios de ganhar coisas que o abrigo precisa, como ração, toalhas, entre outras. Organizar um mutirão por meio de grupos em redes sociais pode ser um bom caminho. Uma fábrica pode doar objetos com pequenos defeitos, como uma caminha com o tecido manchado, um brinquedo que saiu “torto”, enfim, coisas que não poderiam ser vendidas por estarem fora do padrão e acabariam no lixo. Basta procurar e você encontrará pessoas dispostas a ajudar.


• Use seu talento
Ajude com os bazares beneficentes fazendo upcycle de objetos que não servem mais e transformando em coisas legais pelas quais as pessoas podem se interessar. Você também pode oferecer serviços (gratuitamente) de acordo com sua profissão, por exemplo: um advogado pode auxiliar a rever contratos; um economista pode sugerir formas de organizar as doações; um fotógrafo pode montar calendários para vender e arrecadar fundos para o abrigo. Existem muitos serviços que podem ajudar.


• Aproveite eventos para arrecadar fundos
Em seu aniversário, você pode pedir doações de presente. Se for casar, converse com seu(a) noivo(a) sobre pedir doações para o abrigo como presente de casamento. Você também pode dar outras festas e pedir a colaboração dos convidados. No trabalho, veja se é possível deixar um pote em um lugar onde as pessoas deixem pequenas doações de vez em quando. Na escola, peça para a professora falar para a turma sobre a importância de ajudar os animais abandonados e falar sobre o abrigo (só não é permitido pedir doações diretamente às crianças. A ideia aqui é que elas falem sobre o assunto em casa e os pais decidam colaborar).



Folder da Campanha aqui em Curitiba, não deixe de participar e incentivar a galera da sua cidade também.



Agradeço de coração a Jéssica Caroline, uma pessoa incrível que teve a ideia de divulgar a campanha em seu blog para ajudar quem precisa. Independentemente de qualquer circunstância sempre considerei sua amizade verdadeira, seu coração bom e sua alegria. O nome dela e de sua família nunca faltou em minhas orações e amor verdadeiro nunca deixou de existir. Sempre a amei muito, amor que apenas se considera de uma irmã e ainda a Amo muito. Obrigada por tudo.


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